Situada no estado de Uttar Pradesh, Varanasi é uma das cidades habitadas mais antigas do mundo e a mais antiga da Índia. À semelhança de outras cidades que visitei, esta encontra-se também nas margens do rio Ganges. É a cidade mais sagrada para o hinduísmo.
Mochilas às costas e tudo preparado para a viagem até Varanasi. Chegamos à estação de comboios e, para começar bem a viagem, dizem-nos que o comboio está com um atraso de duas horas...
Bem à moda inglesa, o comboio chegou e os nossos nomes estavam escritos numa folha de papel, colados à porta da nossa carruagem. Não houve espaço para dúvidas, esta era definitivamente a nossa carruagem!
Os comboios indianos têm muito que se lhe diga... As carruagens parecem camaratas, onde, de um lado do corredor existem duas camas tipo beliche, e do outro existem 6 camas: 3 de cada lado do espaço, dispostas como se fossem um beliche. As camas do meio são "amovíveis", pelo que durante o dia é possível "fechá-las" e tornar o espaço mais agradável, sendo possível ter assentos confortáveis.
As casas de banho! Essas ainda têm mais que se lhe diga... Mesmo não sabendo o sítio certo das WC, é possível sentir o cheiro a milhas! Um buraco no chão, espaço para os pés e está a sanita apresentada.
Mas o pior ainda estava para vir... Começa a aproximar-se a hora de, supostamente, chegarmos a Varanasi e o comboio ainda se encontrava quase a meio caminho: chegámos a Varanasi com um atraso de 9 HORAS! Conclusão: ficámos com cerca de 3/4 horas para poder visitar a cidade... Digamos que, ainda assim, deu para ter a percepção do local. Contudo, devido às monções o nível de água subiu de tal maneira que toda a "marginal" estava submersa. O local onde se praticam todos os costumes e tradições ficou restringidos a um pequeno espaço. Ainda assim, foi possível ver as fogueiras onde fazem a cremação dos corpos e foi possível assistir a uma cerimónia típica.
E já mesmo na recta final antes de voltar a Portugal, o tempo é aproveitado para "queimar os últimos cartuxos"...