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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Varanasi

Situada no estado de Uttar Pradesh, Varanasi é uma das cidades habitadas mais antigas do mundo e a mais antiga da Índia. À semelhança de outras cidades que visitei, esta  encontra-se também nas margens do rio Ganges. É a cidade mais sagrada para o hinduísmo.

Mochilas às costas e tudo preparado para a viagem até Varanasi. Chegamos à estação de comboios e, para começar bem a viagem, dizem-nos que o comboio está com um atraso de duas horas...

Bem à moda inglesa, o comboio chegou e os nossos nomes estavam escritos numa folha de papel, colados à porta da nossa carruagem. Não houve espaço para dúvidas, esta era definitivamente a nossa carruagem!
Os comboios indianos têm muito que se lhe diga... As carruagens parecem camaratas, onde, de um lado do corredor existem duas camas tipo beliche, e do outro existem 6 camas: 3 de cada lado do espaço, dispostas como se fossem um beliche. As camas do meio são "amovíveis", pelo que durante o dia é possível "fechá-las" e tornar o espaço mais agradável, sendo possível ter assentos confortáveis.
As casas de banho! Essas ainda têm mais que se lhe diga... Mesmo  não sabendo o sítio certo das WC, é possível sentir o cheiro a milhas! Um buraco no chão, espaço para os pés e está a sanita apresentada.

Mas o pior ainda estava para vir... Começa a aproximar-se a hora de, supostamente, chegarmos a Varanasi e o comboio ainda se encontrava quase a meio caminho: chegámos a Varanasi com um atraso de 9 HORAS! Conclusão: ficámos com cerca de 3/4 horas para poder visitar a cidade... Digamos que, ainda assim, deu para ter a percepção do local. Contudo, devido às monções o nível de água subiu de tal maneira que toda a "marginal" estava submersa. O local onde se praticam todos os costumes e tradições ficou restringidos a um pequeno espaço. Ainda assim, foi possível ver as fogueiras onde fazem a cremação dos corpos e foi possível assistir a uma cerimónia típica.


E já mesmo na recta final antes de voltar a Portugal, o tempo é aproveitado para "queimar os últimos cartuxos"...

domingo, 14 de julho de 2013

5 meses + 2 dias na Índia

Ao fim de 5 meses na Índia e menos de um mês para voltar, não posso deixar de admitir que a falta de praia dá cabo de mim... Os jantares com os amigos, as festas de verão, as férias fora das Caldas...


Mas, à parte disso, continuo a adorar a vida por Nova Deli e pode ser que a vinda das monções atenue esta minha sede de praia e festividades. 



Quando penso que está cada vez mais próxima a data de deixar a cidade, não posso negar que um sentimento de nostalgia e de tristeza rapidamente me assombra. Vai ser difícil deixar todos os meus amigos e a vida que levo cá. Fica o sentimento de um dia aqui voltar e poder rever os espaços, poder reviver os momentos hilariantes. Irei lembrar-me para sempre desta minha experiência tão gratificante em todos os aspectos.



Na sexta-feira fui a um casamento indiano. Completamente diferente dos nossos, como de resto seria de esperar. Uma espécie de toldo quadrangular e uma chama ao centro rodeada de almofadas em cada lado do quadrado, é assim o "altar" indiano. Os noivos sentam-se ao pé da chama e os convidados, do lado de fora do quadrado, assistem à cerimónia. Entre "doces" que fazem as vezes da hóstia, entre "pinturas" na testa e as preces indianas, finalmente os noivos estão casados. No fim, dão a volta entre todos os convidados, e em vez de arroz, atiram-se pétalas de flores.


Depois segue o copo de água, igual ao ritual católico (com excepção da comida ser indiana...). Foi uma experiência única e que não irei esquecer: não só por ser tão diferente dos nossos costumes mas também por todo o ambiente de alegria e felicidade que foi possível presenciar naquela noite. (Também porque fui vestida a rigor e adorei: sari! Apesar de quase ser preciso um curso para poder vesti-lo, não me importava de vestir um todos os dias!)

E tendo cada vez mais consciência de que o tempo voa, resta-me, por agora, aproveitar ao máximo as 3 semanas que me sobram e guardar comigo as melhores recordações...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

1 month left

E de hoje a um mês já vou rumo a Portugal... 

É todo um misto de sentimentos: tenho pena de deixar Nova Deli e todos os amigos que fiz cá mas, por outro lado, sei que o regresso vai saber bem - embora soubesse melhor se soubesse que era temporário e rapidamente teria emprego em África ou na América Latina (Porquê? Porque agora são os continentes que me despertam curiosidade, sei lá bem porquê...).

Um dia destes fui novamente ao INA Market. Reitero que a zona do peixe/carne é de todo um espaço impossível para mim! Sentados com uma "espada" em frente, é assim que eles amanham o peixe. A quantidade de moscas e o cheiro horrível dispensa qualquer tipo de comentários. Têm, também, em baldes, peixe-gato vivo: um deles saltou do balde!! Lá foi o vendedor apanhá-lo e pô-lo junto dos outros.

Peixe-gato no INA Market



Ontem ia a caminho de casa e a polícia mandou parar o condutor do auto-rickshaw (!!!). Pensei: "Que querem estes agora?". O condutor olhou para mim, levou a mão à cabeça como que dizendo "São doidos", e rapidamente percebi que os polícias estavam a pedir indicações. Incredible India!  :)
Hoje, como se não chegasse a palhaçada de ontem, um outro condutor tirou-me completamente do sério... Disse-lhe para ir por x caminho, faz precisamente o contrário - leva o caminho mais longo. Foi mandado parar pela polícia e, segundo me pareceu, a sua carta de condução não estava válida! Como resolver o caso? Dar 100 rupias (cerca de 1,5€) ao polícia e não se fala mais nisso. Percebi que o estúpido andou por caminhos mais longos para fugir às autoridades (bem se lixou!). No fim, lá se desculpou "Sorry madam, sorry". Raios o partam!


Ontem, ao final do dia fui ao ginásio, situado num complexo desportivo bem moderno. Existem inúmeros desportos e o complexo está subdividido consoante a modalidade: parece uma pequena cidade onde cada bairro é destinado a um diferente tipo de desporto.


As monções já começam a dar sinais e parece-me que, em breve, a cidade vai parecer mais Veneza que outra coisa: quando vêm as chuvas tropicais, as ruas viram rios! Mãe, envias as minhas galochas, please? ;))